14 de set. de 2011

Estação Retrô: Max Payne




A franquia “Max Payne” não se frutificou tanto nos videogames, são apenas dois jogos lançados, mas tem um peso cultural gigantesco. Virou um filme “meia boca” com Mark Whalberg no papel principal e mais uma sequência, com fases em São Paulo e um Max careca e barbudo, vem aí, e qualquer jogador que viveu a geração passada de consoles sabe do que se trata. E isso é porque “Max Payne” é um dos melhores e mais revolucionários games de ação já feitos.

Desenvolvido pelo estúdio finlandês Remedy Entertainment e lançado em 2001 para PC, Xbox e PlayStation 2, “Max Payne” conta a história do personagem do título, um atormentado policial do departamento de narcóticos. O jogador logo descobre que Max teve a família brutalmente assassinada por uma gangue de viciados em uma droga experimental chamada Valkyr, estabelecendo o tom sombrio e noir que permeia o game. Payne é instável, amargo, suicida e aparentemente viciado em analgésicos.

O policial está infiltrado na família Punchinello, os responsáveis pelo tráfico de Valkyr, mas acaba se envolvendo em um tiroteio entre a polícia e mafiosos trabalhando para Jack Lupino, também membro dos Punchinello. O tiroteio acaba com a morte de Alex Balder, o melhor amigo de Payne, e ele acaba incriminado pela morte. Ao mesmo tempo, a Máfia descobre que ele é um policial e sai em seu encalço.

A trama é uma coleção de reviravoltas na lama criminosa que habita as valas da Nova York do game. Mafiosos russos entram em cena, disparando automáticas contra playboys ítalo-americanos traficantes, em um ambiente desolador e cinzento. Nas cutscenes, Max narra o que está acontecendo com analogias exageradas, carregando o tom de filme noir do game.

Os gráficos, rodando na engine própria do estúdio, a MaxFX, sobrevivem ao teste do tempo e são bastante aceitáveis até hoje, com impressionantes efeitos de partículas e iluminação. Para a época, Max Payne era um colírio para os olhos, com balas, poeira e corpos voando para todos os lados. A dublagem e a trilha sonora se encaixam perfeitamente com o tema exagerado e noir da história.

O que coloca Max Payne no radar é o uso primoroso do bullet-time em um game, pegando referências explícitas de filmes como “Matrix” e “Hard Boiled”, de John Woo. O jogador pode mergulhar para os lados, para trás e para frente em um glorioso movimento em câmera lenta, o que permite que ele alinhe tiros nos inimigos enquanto as balas voam pelo ar. A mecânica acabou virando um clichê, com diversos games adotando variações do bullet-time, até mesmo “Stranglehold”, uma espécie de sequência espiritual de “Hard Boiled”, lançado para PlayStation 3 e Xbox 360.

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