Nada de saia curta, decote sensual ou barriga de fora. Chova ou faça sol, educadores da rede municipal de ensino de Franca terão de usar roupas comportadas nas escolas. A Secretaria de Educação baixou uma norma proibindo o uso de peças que tenham apelo sexual nas unidades escolares da Prefeitura. Com isto, espera zelar pela ética e bons costumes. Está proibido o uso de bermudas ou saias acima do joelho, blusas com decotes profundos e sensuais, além de camisetas regatas justas. A medida, que atingirá 1,5 mil profissionais, foi tomada para coibir exageros que vinham ocorrendo. “Temos de passar uma imagem de autoridade e respeito”, afirmou a secretária Leila Haddad Caleiro. Pais de alunos aprovaram as normas. Os professores, nem tanto.
O município conta com 76 escolas e 25,5 mil alunos. São crianças com no máximo dez anos. Depois de receber reclamações e constatar que profissionais da rede estavam usando roupas inadequadas para lidar com este público infantil, a Secretaria de Educação distribuiu uma circular para todas as unidades de ensino estipulando as normas que serão anexadas ao Regimento Escolar. Com o título, “Postura Profissional”, o comunicado estabelece que todos os educadores deverão apresentar-se sempre convenientemente trajados, usando a sensibilidade para escolher roupas discretas.
A determinação vale para professores, pedagogos, coordenadores, orientadores e todo o pessoal de apoio às escolas. “Sentimos que havia a necessidade de colocarmos uma portaria neste sentido, porque existem pessoas que são mais ousadas ao se vestir. Vamos disciplinar e colocar regras de conduta, o que ocorre nas grandes empresas”, afirmou a secretária.
Leila Haddad disse que é preciso resgatar os valores e que o exemplo deve ser dado dentro da sala de aula. “As crianças estão formando sua personalidade e é preciso que elas tenham conceitos puros, certos. O professor é um espelho, uma referência. Muitas vezes, a criança não tem o referencial em casa e busca no professor. Portanto, é importante que ele seja um exemplo para passar bons conceitos”.
Luiz Gonzaga José, presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), entidade que reúne cerca de 2,5 mil educadores em Franca, disse que defende o bom senso por parte dos professores, mas não concorda com a imposição. “Não defendemos o garrote da proibição, como também não defendemos os abusos. Cada direção de escola deve conversar para resolver os casos pontuais”.
A dona de casa Rosimeire da Silva, 33, mãe de dois alunos da rede municipal, aprovou as novas normas. Para ela, como a escola exige que o aluno vá uniformizado e com roupas discretas, nada mais justo do que os professores serem os primeiros a dar o exemplo. “Acho muito oportuna essa medida. As professoras devem se vestir comportadamente. Algumas, realmente, usam roupas muito extravagantes”. A Secretaria de Educação não definiu quais serão as punições para quem for dar aulas com roupas sensuais.



0 comentários:
Postar um comentário